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Com a UFMT não se brinca

Evandro Soares

A UFMT precisa de gestores experientes, que tenham propostas factíveis de execução, que sejam articulados e capazes de seguirem adiante em busca de recursos externos como vem sendo praticado nos últimos anos. Não podemos permitir que uma instituição com mais de meio século seja conduzida por pessoas que não tenham o devido domínio da gestão pública.  Trocando em miúdos. Com a UFMT não se brinca. Vamos às ponderações.

Após enfrentar forte recessão e período de pandemia, tivemos que fazer escolhas que começaram a dar frutos, e nesse contexto conseguimos organizar a casa, fortalecer parcerias com bancada federal e estadual, estabelecer prioridades e ainda sim avançar em algumas áreas como assistência estudantil, aumento das bolsas, o reconhecimento dos técnicos, e alguns problemas crônicos. Assumimos a gestão com com dívidas de energia elétrica, dívidas de não pagamento do PASEP, dívidas com fornecedores de serviço de limpeza e segurança, além do descrédito do setor comercial produtivo do estado.

Hoje essas dívidas não existem mais, colocamos a casa em ordem e agora cuidaremos da infraestrutura e conclusão das obras. Nos avanços pertinentes à realidade dos estudantes, conseguimos resolver o transporte do interno/ligeirão e ainda adquirimos um ônibus no valor de R$ 1.1 milhão, garantimos o valor acessível no RU, mas muitas coisas ainda acontecerão. A pesquisa da UFMT teve uma evolução bastante considerável, bem como os programas de Pós Graduação que avançaram muito em qualidade.

A UFMT está reconectada à sociedade por meio da Extensão Universitária e das parcerias que construímos com o setor produtivo e movimentos sociais. E depois dessa turbulência e de conhecimento profundo dos problemas, realizamos uma discussão intensa com a comunidade, sendo possível elaborar um caderno de propostas exequíveis, sem devaneios ou irresponsabilidades, para avançar ainda mais. A experiência adquirida nesse período conturbado nos preparou para levar a UFMT adiante com responsabilidade e eficiência.

⁠Continuaremos, nos primeiros dias do novo mandato, as articulações junto à bancada federal de Mato Grosso para apresentar novas demandas orçamentárias e garantir recursos adicionais para o orçamento de 2025. Vamos concluir todas as obras inacabadas e equipá-las com os mais modernos equipamentos do mercado. Isso ampliará e muito nossa capacidade de pesquisa e melhorar substancialmente a qualidade do ensino de graduação e pós em todos os campus da UFMT.

Acredito que ao longo da nossa gestão construímos uma relação muito forte e profícua com a nossa bancada federal de deputados e senadores, além do diálogo institucional forte com o executivo federal. No final de 2023, tivemos duas reuniões muito produtivas com o vice-presidente da república Geraldo Alckmin, além de encontros em diversos Ministérios e Embaixadas.  As relações institucionais precisam ser tratadas com responsabilidade e independência ideológica que o cargo de reitor necessita. Quanto à greve levaremos o posicionamento da categoria em Mato Grosso, e dentro do nosso alcance contribuir para que soluções sejam benéficas aos servidores.

Em 2020 o cenário encontrado no UFMT era dívidas, muitos problemas estruturais, falta de recursos e tudo isso em plena pandemia da Covid-19. Uma crise institucional e financeira sem precedentes. Foi necessário um verdadeira força-tarefa da gestão para tirar a UFMT do vermelho, o que passou por articulações políticas em busca da ampliação dos processos de captação de recursos, além do previsto no orçamento da UFMT.

Esse trabalho resultou na autorização de emendas parlamentares em um montante de aproximadamente R$ 47 milhões, executadas ou em processo de liberação, visando assegurar investimentos, que o orçamento da UFMT não contemplava.

É necessário destacar também os avanços na Fundação Uniselva que ultrapassou a marca dos 100 milhões de reais de recursos captados para a execução de projetos de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Só no ano de 2023 a Uniselva  bateu recorde no número projetos gerenciado (mais de 500 projetos), aumentou significativamente o volume de recursos gerenciados (115 milhões) e ampliou a sua atuação como Fundação do Estado de Mato Grosso que apoia a maior parte das instituições públicas de de educação superior de Mato Grosso.

Foram momentos extremamente difíceis que necessitam de muita resiliência, força de vontade e disposição de toda equipe gestora para tirar a UFMT do vermelho. A captação de recursos externos foi fundamental para a retomada do equilíbrio financeiro e para investimentos importantes, porém é fato que precisamos seguir adiante para conquistarmos muito mais avanços.

Evandro Soares da Silva é reitor da UFMT

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